Clube do Livro Espírita

Clube do Livro Espírita

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Provas da Existência e da Sobrevivência do Espírito

 


"A alma do homem sobrevive ao corpo e conserva a sua individualidade após a morte deste." 
(Allan Kardec: Obras póstumas. Primeira parte, item 7) 

"Provam a existência da alma os atos inteligentes do homem, por isso eles hão de ter uma causa inteligente e não uma causa inerte. Que ela independe da matéria esta demonstrado de modo patente pelos fenômenos espiritas que a mostram agindo por si mesma (...)"
 (Allan Kardec: Obras Póstumas. Primeira parte, item 6)

 "A sobrevivência da alma à morte do corpo está provada de maneira irrecusável e até certo ponto palpável, pelas comunicações espíritas. Sua individualidade é demonstrada pelo caráter e pelas qualidades peculiares a cada um. Essas qualidades, que distinguem umas das outras as almas, lhes constituem a personalidade (...) Alem dessas provas inteligentes, há também a prova material das manifestações visuais ou aparições, tão frequentes e autênticas, que não é lícito pô-las em dúvida."
 (Obras póstumas. Primeira parte, item 7) 


 À pergunta - existe a alma? - a ciência responde talvez, os fenômenos do magnetismo, do hipnotismo e da anestesia dizem que sim, e nisso confirmam todas as deduções da filosofia e as afirmações da consciência.

 Constrangidos, pelas evidências dos fatos, a admitir uma força diretriz no homem, grande número de materialistas se refugiam em uma última negativa, sustentando que essa energia se extingue com o corpo, de que ela não era senão uma emanação. Como todas as forças físicas e químicas, dizem eles, a alma, essa resultante vital, cessa com a causa que a produz; morto o homem, está aniquilada a alma. 

 Será possível? Não seremos mais que um simples conglomerado vulgar de moléculas sem solidariedade umas com as outras? Deve desaparecer para sempre nossa individualidade cheia de amor e, do que foi um homem, não restará verdadeiramente senão um cadáver destinado a desagregar-se, lentamente, na fria noite do túmulo? 

 A primeira refutação a esse pensamento de que o Espírito se origina da matéria vem do raciocínio lógico de Descartes: cogito, ergo sum (penso, logo existo), que poderia ser entendido assim: a matéria por si mesma não pensa, logo existe em mim, além da matéria, algo que é o agente do meu pensamento. Poder-se-ia admitir que é o cérebro que segrega esse pensamento, como o fígado segrega a bílis? Seria isso ilógico considerarmos que, sendo o pensamento um efeito inteligente, não reclamaria a existência de uma causa também inteligente. 

 Allan Kardec assinala que a dúvida, no que concerne à existência dos Espíritos, tem como causa primária a ignorância acerca da verdadeira natureza deles. Geralmente, são figurados como seres à parte da criação e de cuja existência não está demonstrada a necessidade. Seja qual for a ideia que dos Espíritos se faça, a crença neles necessariamente se funda na existência de um princípio inteligente fora da matéria. Essa crença é incompatível com a negação absoluta deste princípio. 

 Se a crença nos Espíritos e nas suas manifestações - afirma ainda Kardec - representasse uma concepção singular, fosse produto de um sistema, poderia, com visos de razão, merecer a suspeita de ilusória. Digam-nos, porém, por que com ela deparamos tão vivaz entre os povos, antigos e modernos, e nos livros santos de todas as religiões conhecidas? É, respondem os críticos, porque, desde todos os tempos, o homem teve gosto do maravilhoso. - Mas, que entendeis por maravilhoso? - O que é sobrenatural. - Que entendeis por sobrenatural? - O que é contrário às leis da Natureza. - Conheceis, porventura, tão bem essas leis, que possais marcar um limite ao poder de Deus? Pois bem! Provai então que a existência dos Espíritos e suas manifestações são contrárias às leis da Natureza; que não é, nem pode ser uma destas leis. Acompanhai a Doutrina dos Espíritos e vede se todos os elos, ligados uniformemente à cadeia, não apresentam todos os caracteres de uma lei admirável, que resolve tudo que as filosofias até agora não puderam resolver. 

 Os fenômenos que evidenciam a existência e a sobrevivência do Espírito vêm sendo pesquisado, sobretudo a partir do século XIX, por pessoas sérias e conceituadas em vários países. A pesquisa existente a respeito desse assunto é muito rica. Citaremos aqui apenas algumas modalidades desse trabalho investigativo. 


 Fenômenos de exteriorização da alma: 

 Durante o sono quando o corpo descansa e os sentidos estão inativos, podemos verificar que um ser vela e age em nós, vê e ouve através dos obstáculos materiais, paredes ou portas, e a qualquer distância. O ser fluídico se desloca, viaja, paira sobre a Natureza, assiste a uma multidão de cenas, e tudo isso se realiza sem a intervenção dos sentidos materiais, estando fechados os olhos, e os ouvidos nada percebendo. 

 Kardec denomina este fenômeno, de clarividência sonambúlica. Assim se expressa o Codificador do Espiritismo: 

 Sendo de natureza diversa das que ocorrem no estado de vigília, as percepções que se verificam no estado sonambúlico não podem ser transmitidas pelos mesmos órgãos. É sabido que neste caso a visão não se efetua por meio dos olhos que, aliás se conservam, em geral, fechados. Ao demais, a visão à distância e através dos corpos opacos exclui a possibilidade do uso dos órgãos ordinários da vista. E a alma que confere ao sonâmbulo as maravilhosas faculdades de que ele goza. 


Casas mal-assombradas e transporte de objetos: 

 O Fenômeno das casas mal-assombradas e um dos mais conhecidos e frequentes. Encontramo-lo um pouco por toda a parte. Numerosíssimos são os lugares mal-assombrados, as casas, em cujas paredes e em cujos soalhos e móveis se ouvem ruídos e pancadas. Em certas habitações, os objetos se deslocam sem contato; caem pedras lançadas do exterior por uma força desconhecida; ouvem-se estrépidos de louça a quebrar-se, gritos, rumores diversos, que incomodam e atemorizam as pessoas impressionáveis. 

 A história do moderno Espiritualismo começou por um caso de natureza mal-assombrada. As manifestações da casa de Hydesville, assim visitada em 1848, e as tribulações da família Fox, que nela residia e são bem conhecidas.


Fenômeno das mesas girantes 

 Mesas girantes são o nome dado às comunicações dos Espíritos por meio do movimento circular que eles imprimem a uma mesa. Este efeito igualmente se produz com qualquer outro objeto, mas sendo a mesa o movem com que, pela sua comodidade, mais se tem procedido a tais experiências, a designação de mesas girantes prevaleceu, para indicar esta espécie de fenômenos.


Manifestação dos Espíritos pela escrita 


 Variadas são as formas de comunicação dos Espíritos pela escrita, a saber:
 a) Psicografia indireta: obtida por meio de pranchas, cestas e mesinhas às quais se adapta um lápis. 

 b) Psicografia direta ou manual: Obtida pelo próprio médium sob a influência dos Espíritos, podendo aquele ter, ou não consciência do que escreve. 

 c) Escrita direta ou Pneumatografia: produzida espontaneamente, sem o concurso, nem da mão do médium, nem do lápis. Basta tomar-se de uma folha de papel branco, dobrá-la e depositá-la em qualquer parte, numa gaveta, ou simplesmente sobre um móvel. Feito isso, se a pessoa estiver nas devidas condições, ao cabo de mais ou menos longo tempo, encontrar-se-ão, traçados no papel, letras, sinais diversos, palavras, frases e até dissertações, as mais das vezes com uma substância acinzentada, análoga à plumbagina, doutras vezes com lápis vermelho, tinta comum e, mesmo, tinta de imprimir. 



Manifestação dos Espíritos pela audição e pela palavra 

 Os Espíritos podem-se comunicar pelo aparelho auditivo do médium, o que possibilita a este manter com eles conversação regular. Podem, de igual modo, atuar sobre os seus órgãos da palavra. Nesse caso, o médium transmite as idéias dos Espíritos muitas vezes sem ter consciência do que está falando e, frequentemente, diz coisas completamente estranhas à suas ideias habituais, aos seus conhecimentos e, ate, fora do alcance de sua inteligência.


 Aparições e materializações dos Espíritos 

 Dão-se as aparições dos Espíritos quando o vidente se acha em estado de vigília e no gozo pleno e inteira liberdade das suas faculdades. Apresentam-se, em geral sob uma forma vaporosa e diáfana, às vezes vaga e imprecisa. Doutras vezes, as formas se mostram nitidamente acentuadas, distinguindo-se os menores traços da fisionomia, a ponto de se tornar possível fazer-se da aparição uma descrição completa. 

 Por vezes, o Espírito se apresenta sob uma forma ainda mais precisa, com todas as aparências de um corpo sólido, ao ponto de causar completa ilusão e dar a crer, aos que observam a aparição, que tê, adiante de si um ser corpóreo. Em alguns casos, finalmente, sob o império de certas circunstâncias, a tangibilidade se pode tornar real, isto é, possível se torna ao observador tocar, palpar, sentir, na aparição a mesma resistência, o mesmo calor que num corpo vivo, o que não impede que a tangibilidade se desvaneça com rapidez de um relâmpago. Nesses casos, já não é somente com o olhar que se nota a presença do Espírito, mas também pelo sentido tátil. Dado se possa atribuir à ilusão ou a uma espécie de fascinação a aparição simplesmente visual, o mesmo já não ocorre quando se consegue segurá-la, palpá-la , quando ela própria segura o observador e o abraça, circunstâncias em que nenhuma dúvida é mais lícita. Os fatos de aparições tangíveis (materializações) são os mais raros; porém, os que se têm dado pela influência de alguns médiuns de grande poder e absolutamente autenticados por testemunhos irrecusáveis, provam e explicam o que a história refere acerca de pessoas que, depois de mortas, se mostram com todas as aparências da realidade. 


 Xenoglossia

 Por fenômenos de xenoglossia entendem-se os casos em que o médium não só fala ou escreve em línguas que ignora, mas fala ou escreve nessas línguas, formulando observações originais, ou conversando com os presentes. 


 Trans-comunicação instrumental

  Esse fenômeno abrange a manifestação dos Espíritos através dos meios técnicos, tais como, gravador, rádio, secretária eletrônica, computador, fax, televisão, telefone. 


 Experiência de quase morte  

 É o estado de morte clínica que uma pessoas experimenta durante alguns instantes, após o que retorna à vida física. Os relatos feitos pelas pessoas que passaram por essa experiência coincidem com os ensinamentos do Espiritismo e das religiões que aceitam a reencarnação. 


 Visão no leito de morte 

 No momento da morte, são comuns percepções do mundo espiritual e dos Espíritos, podendo, inclusive, aquele que está em processo de desencarnação visitar parentes e amigos, a fim de despedir-se deles. Investigações criteriosas têm demonstrado que esses fenômenos não são mera alucinação. 

 As modalidades de fenômenos que referimos, são, como dissemos, apenas ilustrativas do grande acervo de fatos que têm sido observados ao longo do tempo por eminentes pesquisadores de diversas nacionalidades. Essa gama de fenômenos, apenas explicados integralmente pelo Espiritismo, leva-nos a dize com Léon Denis que a sobrevivência está amplamente demonstrada. Nenhuma outra teoria, a não ser a da intervenção dos sobrevivos, seria capaz de explicar o conjunto dos fenômenos em suas variadas formas. Alf. Russel Wallace o disse: "O Espiritismo está tão bem demonstrado como a lei de gravitação". E W. Crookes repetia: "O Espiritismo está cientificamente demonstrado." 

 Em resumo, podemos dizer que são copiosas as provas da sobrevivência para aqueles que as procuram de ânimo sincero, com inteligência e perseverança. Assim a noção de imortalidade se destaca pouco a pouco das sombras acumuladas pelos sofismas e negações, e a alma humana se afirma em sua imperecedoura realidade.


Fonte,,,

quinta-feira, 30 de abril de 2015

As Consequências Espirituais do Aborto

 



O que diz a medicina espírita?


As complicações clínicas advindas dos abortos provocados na esfera ginecológica são inúmeras e podem, inclusive, determinar o êxito letal da mulher.

No campo psicológico, são comuns os processos depressivos subsequentes que acometem as mulheres que se submeteram à eliminação da gestação indesejada. A sensação de vazio interior, mesclada com um sentimento de culpa consciente e inconsciente, freqüentemente, determina uma acentuada baixa de vibração na psicosfera feminina.

Paralelamente, a ação do magnetismo mental do espírito expulso passará gradativamente a exacerbar a situação depressiva materna.
Como já estudamos, em muitos casos, aquele que reencarnaria como seu rebento estava sendo encaminhado para um processo de reconciliação afetiva. O véu do esquecimento do passado é que possibilitaria a reaproximação de ambos sob o mesmo teto. Com o aborto provocado, à medida que o espírito recobra a consciência, passa, nesses casos, a emitir vibrações que, pelo desagrado profundo, agirão de forma nociva na psicosfera materna. Em que pese o esforço protetor exercido pelos mentores amigos, em muitas circunstâncias se estabelece o vínculo simbiótico, mergulhando a mãe nos tristes escaninhos da psicopatologia.

Ao desencarnar, de volta ao plano espiritual, a mãe apresentará em diversos níveis, conforme o seu grau de responsabilidade, distonias energéticas que se farão representar por massas fluídicas escuras que comporão a estrutura de seu psicossoma (perispírito). Apesar de serem atendidas com os recursos e as técnicas terapêuticas existentes no mundo astral, a chaga energética, em muitos casos, se mantém, em função da gravidade e agravantes existentes.

As lesões na textura íntima do psicossoma a que nos referimos, muitas vezes, só podem ser eliminadas numa próxima encarnação de características expiatórias.
Expiação, longe de ter uma conotação punitiva, pois esse critério não existe na planificação superior, é um método de eliminação das desarmonias mais profundas para a periferia do novo corpo físico. A expiação sempre tem função regeneradora e construtiva e visa restaurar o equilíbrio energético perdido por posturas desequilibradas do passado.
As deficiências que surgirão no corpo físico feminino, pelo mecanismo expiatório, visa, em última análise, suprimir o mal, drená-lo para a periferia física. Segundo os textos evangélicos: “A cada um de acordo com as próprias obras”.

Os desajustes ocorrem inicialmente nas energias psicossomáticas do chacra genésico, implantando-se nos tecidos da própria alma as sementes que germinarão no seu novo corpo físico, em encarnação vindoura, como colheita de semeadura anterior.


RESPONSABILIDADE PATERNA
Se é verdade que a mulher se constitui no ninho onde se aconchegam os ovos, que, acalentados pelo amor, abrir-se-ão em novos filhotes da vida humana, não há como se esquecer da função paterna.
A pretensa igualdade pregada por feministas, que mais se mostram como extremistas, não permite que se enxergue pela embaciada lente do orgulho, que a mulher jamais será igual ao homem. A mulher é maravilhosamente especial para se igualar a nós homens.

Já nos referimos às complexas conseqüências para o lado materno no caso da interrupção premeditada da gestação.
Faz-se necessário, não só por uma questão de esclarecimento, mas até por justiça, estudarmos os efeitos sobre o elemento paterno que, muitas vezes, é o mentor intelectual do crime.

Desertando do compromisso assumido, ou pressionando pela força física ou mental, o homem, a quem freqüentemente a mulher se subordina para manter a sobrevivência, obriga a sua companheira a abortar. Não estamos eximindo quem quer que seja da responsabilidade, pois cada qual responde perante a lei da natureza proporcionalmente à sua participação nos atos da vida. A mãe terá sua quota de responsabilidade, ou de valorização, devidamente codificada nos computadores do seu próprio espírito.

O homem, freqüentemente, obterá na existência próxima a colheita espinhosa da semeadura irresponsável. Seu chacra coronário ou cerebral, manipulador da indução ao ato delituoso, se desarmonizará gerando ondas de baixa freqüência e elevado comprimento ondulatório. Circuitos energéticos anômalos se formarão nesse nível, atraindo por sintonia magnética ondas de similar amplitude e freqüência, abrindo caminho à obsessão espiritual.
As emanações vibratórias doentias do seu passado, que jaziam adormecidas, pulsarão estimuladas pela postura equivocada atual e abrirão um canal anímico de acesso aos obsessores.

O chacra genésico também recebe o influxo patológico de suas atitudes, toma-se distônico e, na seguinte encarnação programa automaticamente pelos computadores perispirituais a fragilidade do aparelho reprodutor. Objetivamente, veremos moléstias testiculares e distúrbios hormonais como reflexos do seu pretérito.
Lembramos sempre que não se pode generalizar raciocínios nem padronizar efeitos, pois cada espírito tem um miliar de responsabilidades e, a cada momento, atos de amor e de crescimento interior diluem o carma construído no passado.


CONSEQÜÊNCIAS PARA O ABORTADO


A especificidade de cada caso determina situações absolutamente individuais no que se refere às repercussões sofridas pelo espírito eliminado de seu corpo em vias de estruturação.

Se existe na ciência do espírito uma regra fundamental que rege a lei de causa e efeito, poderíamos enunciá-la assim: A reação da natureza sempre se fará proporcional à intencionalidade da ação. Isto é, jamais poderemos afirmar que um determinado ato levará inexoravelmente a uma exata conseqüência.
Quando a responsabilidade maior da decisão coube aos encarnados, pai e ou mãe, eximindo o espírito de participação voluntária no aborto, teremos um tipo de situação a ser analisada.

O espírito, quando de nível evolutivo mais expressivo, tem reações mais moderadas e tolerantes. Muitas vezes seria ele alguém destinado a aproximar o casal, restabelecer a união ou, mesmo no futuro, servir de amparo social ou efetivo aos membros da família. Lamentará a perda de oportunidade de auxílio para aqueles que ama. Não se deixará envolver pelo ódio ou ressentimento, mesmo que o ato do aborto o tenha feito sofrer física e psiquicamente. Em muitos casos, manterá, mesmo desencarnado, tanto quanto possível, o seu trabalho de indução mental positiva sobre a mãe ou os cônjuges.

Nas situações em que o espírito se encontrava em degraus mais baixos da escada evolutiva, as reações se farão de forma mais descontrolada e, sobretudo, mais agressiva.
Espíritos destinados ao reencontro com aqueles a quem no passado foram ligados por liames desarmônicos, ao se sentirem rejeitados, devolvem na idêntica moeda o amargo fel do ressentimento.

Ao invés de se sentirem recebidos com amor, sofrem o choque emocional da indiferença ou a dor da repulsa. Ainda infantis na cronologia do desenvolvimento espiritual, passam a revidar com a perseguição aos cônjuges ou outros envolvidos na consecução do ato abortivo.
Em determinadas circunstâncias, permanecem ligados ao chacra genésico materno, induzindo consciente ou inconscientemente a profundos distúrbios ginecológicos aquela que fora destinada a ser sua mãe.
Outros, pela vampirização energética, tornam-se verdadeiros endoparasitas do organismo perispiritual, aderindo ao chacra esplênico, sugando o fluido vital materno.

As emanações maternas e paternas de remorso, de culpa ou outras que determinam o estado psicológico depressivo, abrem caminho no chacra coronário dos pais para a imantação magnética da obsessão de natureza intelectual.
A terapêutica espiritual, além da médica, reconduzirá todos os envolvidos ao equilíbrio, embora freqüentemente venha a ser longa e trabalhosa.

Há também espíritos que, pela recusa sistematicamente determinada em reencarnar, para fugir de determinadas situações, romperam os liames que os unia ao embrião. Estes terão seus débitos cármicos agravados e muitas vezes encontrarão posteriores dificuldades em reencarnar, sendo atraídos a gestações inviáveis e a pais necessitados de vivenciar a valorização da vida.
No entanto, o grande remédio do tempo sempre proporcionará o amadurecimento e a revisão de posturas que serão gradativamente mais harmoniosas e, sobretudo, mais construtivas.

Todos terão oportunidade de amar.


Postado em Editora Vivência

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Passe Diferente

 


 Indispensável estudar o Espiritismo. A Doutrina Espírita, síntese da Religião, é sagrado binômio de evolução psíquica, cuja dinâmica poderemos conceituar como: Jesus iluminando o coração e Kardec ilustrando o raciocínio.
Vez por outra, porém, repontam teorias de arribação.
No campo do passe, a exemplo, muitos corações já foram assaltados por inusitadas e alienígenas informações, estranhas à simplicidade profunda da Doutrina Espírita.
Produzem estas inquietudes:
 - Na doação de energias aos que sofrem, na operação de substituir a molécula malsã por uma sã, estaríamos operando com o passe magnético ou espiritual? Que categoria de passes serviria a este ou àquele enfermo? Quem transmite passe ao adulto, poderá fazê-lo à criança?

O impasse poderá levar-nos a titubear.

 

 Em verdade, contudo, no Espiritismo sempre foi muito claro que a transfusão ocorrida num passe é sempre de natureza fluídica. E o fluido e o elemento primitivo do corpo carnal e do perispírito, os quais são simples transformações dele" (1).
 A ação magnética ou espiritual provém de uma só fonte.
Há, no mundo, reprisamos, um único elemento primitivo, o fluido universal, sendo todos os corpos, todas as formas vivas ou inanimadas, todas as manifestações de vida, mera variedade de condensação ou coesão da mesma energia.
  A própria Ciência, hoje energética, consagra a unidade.
No considerar o tema, em "A Gênese", Kardec desce a detalhes, esclarecendo que a ação do passe pode produzir-se de muitas maneiras. Alinha as três fundamentais:
  1. Pelo próprio fluido do passista;
  2. Pela atuação direta de um Espírito, sem o concurso do passista (beneficiando todos os necessitados, independentemente de sua crença religiosa, de seu grau evolutivo, inclusive sem o conhecimento e o reconhecimento dos beneficiários);
  3. Pelos fluidos que os Espíritos derramam sobre o passista, imprimindo ao fluido natural do passista qualidades de que ele carece.
 Na falta do termo passista, tão comum na atualidade espírita brasileira, Kardec os denominava magnetizadores, a fim de diferenciá-los dos médiuns de cura. A mediunidade de cura é "o dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação" (2).

 Hoje, os magnetizadores são chamados passistas.
Observemos, ainda, que a participação de um Espírito, na doação do passe, não se reconhece pela sua manifestação ostensiva, isto é, pela precipitação do fenômeno de incorporação ou de psicofonia ou de efeito físico. A participação é esse "derramar de fluidos, imprimindo ao fluido natural do passista as qualidades de que ele carece".
 Ainda em "O Livro dos Médiuns" (3), Kardec formula nove questões, cujas respostas aclaram definitivamente o tema. Dentre elas, destacamos apenas uma:
Entretanto, o médium é um intermediário entre os Espíritos e o homem; ora, o magnetizador, haurindo em si mesmo a força de que se utiliza, não parece que seja intermediário de nenhuma potência estranha.
R. É um erro; a força magnética reside, sem dúvida, no homem, mas é aumentada pela ação dos Espíritos que ele chama em seu auxílio. Se magnetizas com o propósito de curar, por exemplo, e invocas um bom Espírito que se interessa por ti e pelo teu doente, ele aumenta a tua força e a tua vontade, dirige o teu fluido e lhe dá as qualidades necessárias.
 A clareza, aí, é gritante!


* *


O passe é sempre o passe.

 

 Gestos, postura física, ginásticas rítmicas, rituais na operação do passe, são meros hábitos alimentados pelos passistas ou pelos que os instruíram. Originam-se da superstição que "pode emprestar virtudes quaisquer a certas palavras (ou atos) e somente Espíritos ignorantes ou mentirosos podem alimentar semelhantes ideias, prescrevendo fórmulas" (4). O parêntese é nosso.

 Uma classificação de passes, para atender este ou aquele enfermo, físico ou espiritual, só seria possível se conhecêssemos e pudéssemos manipular a "química dos fluidos". Quem, porém, entre nós, se aventuraria a afirmar conhecer a natureza intrínseca dos fluidos, a ponto de combiná-los, alterá-los, transubstanciá-los, se deles só sabemos que existem por seus efeitos?
Serão bons ou maus, de acordo com nossos pensamentos.

 Nenhum de nós, todavia, vai além dessa noção rudimentar, embora preciosa.  Não que estejamos proibidos de pesquisar. Ocorre que estamos impedidos, nesse campo, pelas atuais limitações de nossos sentidos e por falta de aparelhagem apropriada para suprir-nos as deficiências da espécie.
 Salvo fantasias primárias, de extremo mau gosto, nunca deveremos repletar esse belo departamento do Espiritismo com afirmações apressadas, levianas até, querendo criar escolas à parte, tão-somente pelo prazer de passear nossa vaidade entre os homens.


* *


 Sendo a essência da constituição infantil exatamente a mesma da do homem adulto, todo argumento que se articule para justificar a existência de 'F passistas infantis" e um artificialismo próprio de quem ignora ou faz ignorar as leis espirituais que Kardec examinou e reexaminou, no contexto da Codificação.

 A mãe, acariciando o filho, transmite-lhe fluidos, da mesma forma que ao acariciar o companheiro de sua caminhada terrena.
Poderemos ter preferência pelas crianças, num atendimento de tendências pessoais; nunca, porém, porque os fluidos que se destinam à infância sejam, fundamentalmente, diversos dos que se canalizam para o adulto.


* *


O passista não possui poderes mágicos.

 

 Se algumas vezes, por intuição do Espírito que nos orienta no passe, somos informados do órgão enfermo, não se faz necessário que saiamos da simples imposição da mão. No centro do cérebro localiza-se a glândula chamada epífise, o leme da alma, que reabastece e mantém o equilíbrio fluídico de todos os departamentos do organismo. Envolvê-la nas radiações fluídicas equivale a aplicar uma injeção, cujo líquido circulará por todo o corpo, através das correntes sanguínea, até atuar sobre a parte' desequilibrada.


* *


 O efeito salutar do passe - é desnecessário encarecer, por muito conhecido de todos fica sempre na dependência do quadro espiritual do assistido. Ele, o assistido, é quem determina, não raro contra a boa vontade do agente transmissor, a renovação ou a repulsão dos fluidos.

 

É uma questão de afinidade.

 

 Jesus, definindo tal dependência e alertando-nos de que a regeneração física ou psíquica da criatura é obra dela mesma, embora com o amparo de outros', diante de cada cura operada enunciava com clareza e convicção:
 - A tua fé te salvou.
 Não era uma afirmação convencional de humildade.
Sabia o Mestre, esclarece-nos o Espiritismo, que sem um campo propício para restabelecer-se, criado pela mente do enfermo, nenhuma regeneração se opera.

Vale, sempre, reler Kardec.
Não deveremos tornar obscuros princípios claros.
A beleza da Doutrina reside no seu retorno à verdade do Evangelho, desvestindo-se das alfaias humanas e rompendo com os elos que nos escravizavam ao primarismo espiritual milenar.
Toleremos as teorias diferentes, mas não vivamos com elas.

 

Bibliografia

  1. "A Gênese", de Allan Kardec, cap. XIV, item 31.
  2. "O Livro dos Médiuns", Allan Kardec, questão 175.
  3. 'Idem, ibidem questão 176.
  4. Idem, Ibidem, questão 176, item 9.
(Passe e Passista – Ed. Luz no Lar)

sexta-feira, 10 de abril de 2015

A Caridade vem de dentro

 


Caridade. Para o espiritismo é a virtude máxima. É indiscutível que começa em casa, e, em síntese, é o amor em movimento.
Na óptica espírita, o oposto da caridade é o egoísmo. Ela é generosa, ele é mesquinho.

Não está em causa o manicaísmo resultante das concepções que se recusam a ver o ser humano como alguém submetido ao trabalho da sua própria evolução: todo o bem de um lado, do outro o mal. Herculano Pires já dissertou com maestria sobre a função do egoísmo nos horizontes evolutivos de onde vimos, via reencarnação, na sua obra «Curso Dinâmico de Espiritismo». O egoísmo é uma forma de comportamento que estamos a abandonar e que encontra as suas causas profundas no eterno desejo de estar bem, embora siga, é claro, pelo caminho errado. Ser não é possuir. Estar não é ser.


Não justifiquemos por isso o egoísmo, a que estamos a deixar de tender, quando se percebe que já temos condições de melhorar.
Essa tendência no percurso evolutivo de qualquer pessoa é parecida com a corrente de um curso de água na busca do oceano. Os rios, a partir da nascente, são rápidos, de leito abrupto, mas amansam à medida que atingem o mar e que envelhecem. Na evolução é também assim. E estamos no início, não nos iludamos.

Tão inconsciente é essa tendência de sermos egoístas, como se compreende, que agimos com ele, vindo de nós próprios, nas suas diversas roupagens sociais - a veste familiar, o pano comunitário e a farda nacional.
Resultados
Viver por viver não satisfaz. É importante viver bem. Seja neste plano de vida material, seja no Além. O egoísmo resseca, desalenta, infelicita. O amor refaz, desanuvia, alegra, e jamais se desgasta, tanto mais quanto mais depurado é. Isso porque é a meta evolutiva a que tendemos, em estágios mais amadurecidos.

A caridade - nada mais que o amor em movimento - é a grande desconhecida. Passa na história da Humanidade com personagens memoráveis, e assim sonhamos tê-la conosco. O grande problema é o de a conquistar: ela não se compra nem se transfere de uns para outros. Adquire-se, construindo-a no imo. Não é um objeto.
Também não é obra construída de agora para logo ou de hoje para amanhã, como um produto acabado. O psiquismo humano é complexo, como se se compusesse de diversas camadas que se justapõem numa individualidade una e única.

Um mergulho de superfície na caridade não é de desperdiçar. Mas daí a acreditar-se que o problema de a assimilar é imediato e rápido vai um longo caminho que desmente essa ilusão: o da experiência.
É compreensível: evoluir, amadurecer espiritualmente, não é seguir regras de fora para dentro, memorizar, mas sim debater ideias, estudar, aprender, testar, vivenciar para constituir sabedoria. E esta, patrimônio irreversível (quando muito apenas ocultado temporariamente via reencarnatória ou outra), segundo as situações concretas, verte atitudes luminosas de dentro para fora, sem esperar ou desejar aplauso, que não seja o da sua consciência feliz.
Ser e parecer

Caridade não é «caridadezinha». Temos uma amiga cuja prática é admirável. Integra uma equipa diretora de uma associação de proteção à infância. Há algum tempo houve um jantar beneficente ilustrado com quem dizem ser o herdeiro da extinta coroa portuguesa. Esgotados os lugares, entre os sócios houve uma senhora que ficou ofendida por não lhe reservarem bilhetes ao ponto de entre impropérios dizer que ia deixar de ser sócia.

É um exemplo clássico. A contribuição dessa senhora revoltada feita até à data não perdeu valor. Ela é que rejeita a alegria de continuar a colaborar na satisfação das necessidades dessas crianças em séria dificuldade. Essa mistura do egoísmo e do orgulho com a caridade não é coisa fácil de erradicar. Porquê?
Porque a evolução para ser real, autêntica, tem de ser amadurecida em todas as camadas do nosso psiquismo, das mais superficiais para as mais profundas, e só quando atinge, se sedimenta nestas é que se torna mais frequente.

Vejamos a definição elevada, sucinta, clara e completa de «O Livro dos Espíritos»:
Allan Kardec: - Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entende Jesus?
Resposta: - Benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas.

Doação imaterial

Caridade é doação afetiva, desinteressada, espontânea. Traz aos destinatários um bem-estar real, não um gozo periférico. O espírito Emmanuel, numa mensagem ensina que ficamos apenas com o que damos.
Caridade é a fraternidade que acompanha o gesto, a atitude interior. Não é o gesto visualizado. Este pode apenas querer parecer, para merecer o aplauso mundano, conforme descreve o Evangelho.
Pensar nos outros, nas suas dificuldades. Ajudar... sem atrapalhar.

Neste cenário, contudo, quando uma mão se estende para auxiliar, torna-se necessário, em geral, que haja uma mão que queira receber. Este é um dos maiores entraves ao processo de aproximação que envolve a caridade. Os espíritos mais sábios sabem «convencer» o necessitado a aceitar a contribuição fraterna, ao cativá-lo, sensibilizando-o.

A caridade vai-se sedimentando no nosso comportamento tanto mais quanto mais o quisermos, sem angústias ou pressas. E começa nas mais pequeninas coisas. Às vezes ajuda refletir no lado bom das pessoas mais próximas, em casa, no trabalho, na rua, ou das circunstâncias. Pensar na caridade sem ser de cima para baixo, como sendo eu o bom e o outro o desgraçado. Somos seres que caminhamos lado a lado, todos necessitados do amparo recíproco. Temos momentos melhores umas vezes, de outras têm os outros.

O que não resulta, por certo, é fazer cobranças a outrem, porque é melhor convencermo-nos, em benefício próprio, que ninguém - mas mesmo ninguém - tem qualquer obrigação de ser caridoso conosco, mas, de facto, nós próprios temos a maior obrigação de ser caridosos com os demais, entendendo-os, perdoando o que houvesse a perdoar, agradecendo a quota de generosidade com que de uma forma ou de outra nos beneficiam...
E aí, caridade pode ser o silêncio de alguém que nos tolera algum desassossego.
Os amigos

Às vezes, irrefletidamente, acreditamos que os nossos amigos são aqueles que jamais nos apontam os enganos, que nos dizem que somos os maiores do mundo, que nos batem nas costas, mesmo quando estamos quase a caminho de um colapso de consciência.

Caridade não é aplaudir, apoiar a asneira. É manter a fraternidade de, na altura certa, sem violência, dizer o que se pensa, mesmo que não nos seja perguntado diretamente.
Dar mais espaço a alguém em caminhada acelerada para estertorosa queda não é ser seu amigo. Aparecer como se lhe desse apoio, isso não é ajudá-lo.
A caridade não exclui a disciplina nem uma conduta coerente, mas sem agressividade.

Caridade social

A nossa tendência a tomar os conteúdos pela forma conduz a confusões como as de considerar que a prática da caridade para ser autêntica obriga a participar necessariamente - e em casos extremos até a criar - em obras de assistência social como orfanatos, hospitais, lares de idosos. Diz-se que o movimento espírita brasileiro passou a ser respeitado pelas obras dessa índole que foi criando com muito altruísmo. Até pode ser. Mas o facto é que o que dignifica mesmo, e passa uma boa impressão para quem não é espírita, é a conduta da pessoa em causa: o seu equilíbrio, a sua brandura, a sua paz, a sua capacidade de perdoar, numa palavra o seu timbre de caridade.

Esta virtude não nasce de fora para dentro, a partir de regulamentos: é manifestação afetiva de dentro para fora. A base da caridade assenta na sensibilidade, no conhecimento, no discernimento.
Depois, a caridade não tem rótulo. Não existe uma caridade espírita, outra budista, etc.. O amor em movimento - a caridade - é universalista, ajuda sem olhar a quem, levantando o ser para a dignificação de si próprio. É louvável matar a fome e a sede a quem a tem, inquestionavelmente. Mas proporcionar-lhe educação para prover a si próprio é o mais desejável. A maior caridade não será a divulgação do espiritismo?

 Jorge Gomes


Revista de Espiritismo nº. 34 - FEP.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Prática Espírita

 


 


· Toda a prática espírita é gratuita, dentro do princípio do Evangelho: “Daí de graça o que de graça recebeste”.

· A prática Espírita é realizada sem nenhum culto exterior, dentro do princípio cristão de que Deus deve ser adorado em espírito e verdade.

· O Espiritismo não tem corpo sacerdotal e não adota e nem usa em suas reuniões e em suas práticas: altares, imagens, andores, velas, procissões, sacramentos, bebidas alcoólicas ou alucinógenas, incenso, fumo, talismãs, amuletos, horóscopos, cartomancia, pirâmides, cristais, búzios ou quaisquer outros objetos, rituais ou formas de culto exterior.

· O espiritismo não impõe os seus princípios. Convida os interessados em conhece-los a submeter os seus ensinos ao crivo da razão, antes de aceita-los.

· A mediunidade, que permite a comunicação dos Espíritos com os homens, é uma faculdade que muitas pessoas trazem consigo ao nascer, independentemente da religião ou da diretriz doutrinária de vida que adote.

· Prática mediúnica só o é aquela que é exercida com base nos princípios da Doutrina Espírita e dentro da moral cristã.

· O espiritismo respeita todas as religiões, valoriza todos os esforços para a prática do bem e trabalha pela confraternização entre todos os homens, independentemente de sua raça, cor, nacionalidade, crença, nível cultural ou social. Reconhece, ainda, que “o verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza”.

· “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei”.

· “Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente à razão, em todas as épocas da humanidade”.

· “Fora da caridade não há salvação”.

· O estudo das obras de Allan Kardec é fundamental para o correto conhecimento da Doutrina Espírita.


Fonte: Reformador, março, 1997 pg; 32.

domingo, 8 de março de 2015

Mulher





  No mundo existem diversos tipos de mulheres. Existem as que curam com a força do seu amor e as que aliviam dores com a sua compaixão. Foram exemplos Irmã Dulce, na Bahia e Madre Tereza, na Índia.
Existem mulheres que cantam o que a gente sente e as que escrevem o que a gente sente.
 Há muitas mulheres glamourosas, como o foi Lady Di e mulheres maravilhosas que deixam lições eternas, como Eunice Weaver e Madame Curie.
Existem mulheres que fazem rir, e mulheres talentosas no Teatro, nas telas dos cinemas, nos palcos do Mundo.
 Entre tantos tipos de mulheres existem as que não são  conhecidas ou famosas. Mulheres que deixam para trás tudo o que têm, em busca de uma vida nova.   Lembramos das nossas nordestinas e sua luta constante contra a adversidade, para que os filhos sobrevivam.
 Mulheres que todos os dias se encontram diante de um novo começo, que sofrem diante das injustiças das guerras e das perdas inexplicáveis, como a de um filho amado, pela tola disputa de um pedaço de terra, um território, um comando.
 Mães amorosas que, mesmo sem terem pão, dão calor e oferecem os seios secos aos filhos famintos. Mulheres que se submetem a duras regras para viver.

 Mulheres que se perguntam todos os dias, ante a violência de que são vítimas, qual será o seu destino, o seu amanhã.
 Mulheres que trazem escritos nos sulcos da face, todos os dias de sua vida, em multiplicadas cicatrizes do tempo.
 Todas são mulheres especiais. Todas, mulheres tão bonitas quanto qualquer estrela, porque lutam todos os dias para fazer do mundo um lugar melhor para se viver.
 Entre essas, as que pegam dois ônibus para ir para o trabalho e mais dois para voltar. E quando chegam em casa, encontram um tanque lotado de roupa e uma família morta de fome.
 Mulheres que vão de madrugada para a fila a fim de garantir a matrícula do filho na escola.
 Mulheres empresárias que administram dezenas de funcionários de segunda a sexta e uma família todos os dias da semana.
 Mulheres que voltam do supermercado segurando várias sacolas, depois de ter pesquisado preços e feito malabarismo com o orçamento.
 Mulheres que levam e buscam os filhos na escola, levam os filhos para a cama, contam histórias, dão beijos e apagam a luz.
 Mulheres que lecionam em troca de um pequeno salário, que fazem serviço voluntário, que colhem uvas, que operam pacientes, que lavam a roupa, servem a mesa, cozinham o feijão e trabalham atrás de um balcão.
 Mulheres que criam filhos, sozinhas, que dão expediente de oito horas e ainda têm disposição para brincar com os pequenos e verificar se fizeram as lições da escola, antes de colocá-los na cama.
 Mulheres que arrumam os armários, colocam flores nos vasos, fecham a cortina para o sol não desbotar os móveis, mantêm a geladeira cheia.
 Mulheres que sabem onde está cada coisa, o que cada filho sente e qual o melhor remédio para dor de cotovelo do adolescente.
 Podem se chamar Bruna, Carla, Teresa ou Maria. O nome não importa. O que importa é o adjetivo: mulher.


*   *   *


 A tarefa da mulher é sempre a missão do amor, estendendo-se ao infinito. Tal tarefa pode ser executada no ninho doméstico, entre as paredes do lar, na empresa, na universidade, no envolvimento das ciências ou das artes.
 Onde quer que se encontre a mulher, ali se deverá encontrar o amor, um raio de luz, uma pétala de flor, um aconchego, um verso, uma canção.
 

Equipe de Redação do Momento Espírita, a partir de mensagens intituladas “Quem é o mulherão?” e “Mulheres”, cujas autorias são desconhecidas pela Equipe

quarta-feira, 4 de março de 2015

Ectoplasmia

 


 A ectoplasmia, conhecida de modo mais popular como fenômeno de materialização, pelos estudos e experiências criteriosas realizadas há um século aproximadamente, ainda vem despertando o mais expressivo interesse da área científica. Foi Charles Richet quem utilizou a denominação diante das pesquisas realizadas em sua época.

 A parapsicologia, com os conhecimentos dos dias atuais, tem por obrigação fazer a abordagem da temática, no capitulo dos fenômenos psi-theta. Devido à existência de inúmeros fatos, a ectoplasmia não pode ser relegada ao desconhecimento ou mesmo à falta de interesse, como desejam algumas posições sectaristas.

 A ciência avalia os fenômenos de ectoplasmia com desconfiança. Como todo fenômeno psi-theta, a ectoplasmia não pode ser controlada de acordo com as diretrizes e vontade do pesquisador. Essa fenomenologia, em que os agentes psi-theta (Espíritos) participam, é quase sempre fugaz, de difícil abordagem e controle, pela presença de inúmeros fatores que se desenvolvem em dimensão diversa daquela que a metodologia científica pode avaliar e controlar.

 Laboraram nestes fatos inúmeros pesquisadores, dos quais lembramos: Albert Coste, em 1895; Alexandre Aksakof (1832-1903), em 1895; Paul Gibier (1851-1900), em 1998; William Crookes (1832-1919), em 1899; Gabriel Delanne (1857-1926), em 1909 e 1911, e muitos outros.

 Os autores são categóricos em afirmar a inconteste existência dessa mecânica, na qual dois elementos entram, indiscutivelmente, no processo: o ectoplasma e o agente orientador para que a moldagem se observe. De um lado, a matéria ectoplásmica, fugaz e vaporosa e, do outro, o campo organizador da forma (campo espiritual), as espessas do qual o ectoplasma se distribui em adequada moldagem.

 O VOCÁBULO ECTOPLASMIA PASSA A DEFINIR, com mais precisão do que o termo materialização, a formação de objetos e pessoas em ambiente apropriado, às expensas da substancia especifica doada pelos sensíveis ou médiuns (ectoplasma; do grego ektós, por fora; plasma, molde ou substância). Devemos fazer diferença ente o termo ectoplasma empregado em biologia – para designar a região mais eterna do protoplasma celular – e o significado parapsicológico do presente escrito.

 O ectoplasma é substancia amorfa, vaporosa, com tendência a solidificação pela evolução do fenômeno, tomando forma por influencia de um campo organizador especifico. Facilmente fotografado, de cor branco-acinzentado, vai desde a névoa transparente à forma tangível, de aspecto semelhante aos tecidos vivos, oferecendo sensação de viscosidade e frieza.

 O ectoplasma foi analisado por vários pesquisadores, dos quais destacamos as seguintes conclusões:

1 – Dr. V. Dombrowsky (Varsóvia); “O ectoplasma está constituído de matéria albuminóide, acompanhado de gordura e de células tipicamente orgânicas. Não forma encontrados amiláceos e açucares”.

2 – Dr. Francês (Munique); “Substancia constituída de inúmeras células epiteliais, leucócitos e glóbulos de gordura”.

3 – Dr. Albert Scherenk-Notzing, citado por Charles Richet; “O ectoplasma está cosntituido por restos de tecido epitelial e gorduras”.

4 – Dr. Hernani G. Andrade; “O ectoplasma é substancia formada com recursos da natureza, originando-se dos tecidos vegetais (ectofiloplasma) de origem animal (ectozooplasma) e de origem mineral (ectomineroplasmal)”.

 Muitos autores que analisaram a substancia encontraram células anucleadas em sua constituição. O ectoplasma seria substancia originária no protoplasma das usinas celulares, onde o ATP (trisfosfato de adenosina) teria expressiva participação, ao lado de outros elementos. Dessa forma, não podemos deixar de considerar a importância do fósforo nas atividades bioquímicas orgânicas e, consequentemente, no desenvolvimento do processo ectoplásmico em suas especificas dosagens.

 NO DIZER DO PROFESSOR ALDEMAR BRASIL: “Em síntese, o ATP – que equivale por cada ligação piro-fosfática desgarrada de sua molécula, a mais ou menos 7.500 kcal – é a unidade usada em biologia para expressar a transferência de energia oriunda do ciclo de Krebs, e de outras fontes. No ciclo de Krebs, também denominado de ciclo dos ácidos tricarboxílicos, a energia é libertada pela transferência de elétrons para a cadeia respiratória, provindos de substratos em que o hidrogênio é ativado, desgarrado e transportado com seu eletron até o oxigênio, também atiçado ao receber esses elétrons, formando-se, então, a água. Para tanto, no ciclo de Krebs, há processos de descarbolização, desidrogenação, etc., operados por enzimas especificas ativadas por coenzimas determinadas”.

 Qual o mecanismo criativo do eclotoplasma na organização do agente doador (sensível ou médium)? Claro que seria uma condensação energética apropriada transformando-se em matéria. A informação de André Luiz em Mecanismos da Mediunidade é bastante lógica e sensata: “O ectoplasma resulta de um processo de desagregação molecular formado por forças desconhecidas, ao mesmo tempo em que o fenômeno fica sob controle de campos de forças organizadoras capares de reagrupar as moléculas segundo um modelo determinado”.

 O fenômeno de ectoplasmia, é preciso que se diga, é fenômeno de plasmagem e não de criação de matéria. A plasmagem se dará às expensas da substancia (energia) fornecida pelo médium que, pouco a pouco, atingirá o processo de condensação, voltando à sua fonte por mecanismo inverso. Temos como certo, também, que o ectoplasma é substancia que, além de fornecida pela organização humana (médium), será plenamente enriquecida (completada) com outros elementos da natureza, provindos dos vegetais e de outras matérias orgânicas de origem animal, numa especifica arregimentação.

 Os chamados processos de ectoplasmia investem complexa mecânica, de difícil avaliação pelos atuais métodos que a ciência pode oferecer. Para que o fenômeno se observe e seja bem equacionado, haverá necessidade de lembrarmos o conceito de Claude Bernard de que na usina celular opera-se a totalidade dos fenômenos vitais, muitos dos quais transcendem a avaliação pelos nossos sentidos. A maioria desses fenômenos bioquímicos, mormemente de esfera da ectoplasmia, estaria ligada aos compostos fosforados e suas correlações com as enzimas e hormônios.



 NO NÚCLEO CELULAR existiram fontes específicas de energia, ligadas ao ADN e ARN (ácido desoxirribonucléico e ribonucléico), a comandarem os processos metabólicos mais expressivos no soalho protoplasmático. O elemento participante ativo desse processo de formação de energias no corpo celular seria o ATP (trifosfato de adenosina), resultante do ciclo de Krebs. O ATP, sendo a fonte primordial de energia nos processos celulares, estaria comprometido na formação do ectoplasma. Esse processo de doação do ATP traduziria uma “qualidade especifica” do médium na manifestação da fenomenologia paranormal de efeitos físicos.

 Haveria, neste caso, por intermédio das organizações celulares, uma maior irradiação dessas energias, que se tornariam mais expressivas nas reuniões destinadas a esse tipo de trabalho. Isto mostraria a influencia dos participantes da equipe (encarnados e desencarnados) concorrendo no maior fornecimento da substancia ectoplasmática por parte dos que apresentam essa possibilidade. Quando a quantidade de substancia irradiativa fosse bem expressiva, já fora da fonte de origem, poderiam mostrar-se sob forma gasosa visível (nuvem), por um processo de condensação, constituindo material especializado e com possibilidade de aproveitamento nos mecanismos em pauta.

 No denominado passe energético, muito utilizado nas casa espíritas sob forma de fluidoterapia, acreditamos que esses elementos de irradiação, devidamente elaborados pelo psiquismo, carregam em seu bojo quase que especificamente energias originárias no ATP da usina celular. Ainda mais, este material de doação energética, passando à dimensão física por condensação, poderá ser aproveitado pelas Entidades Espirituais na vestidura de seus campos de forças nos trabalhos especializados da ectoplasmia.

 Assim, essa substancia, o ATP, deverá fazer parte do ectoplasma e, à medida que o processo se desenvolve por condensação, vai oferecendo as naturais modificações químicas pela queima da molécula fosfórica que permitiria a ectoplasmia luminosa; por tudo, podemos avaliar a importância do fósforo, em suas múltiplas combinações, no mecanismo da ectoplasmia.

 ESCLARECEMOS QUE O PROCESSO DA ECTOPLASMIA revelando o aparecimento de um ser humano (Espírito envolto no ectoplasma) não representa exclusivamente a vestidura com ATP. Haveria na massa ectoplásmica, em sua cosntituição, pelo alto teor de energias que carrega consigo, outros elementos orgânicos das próprias células ou mesmo substancias arrecadadas na natureza, em especificas reações químicas às expensas de equipes espirituais que participem do processo.

 Chepelle descobriu que o mecanismo de emissão de luz dos pirilampos (vaga-lumes) estaria ligado a uma enzima, a luciferase, quando oxidada pela luciferina. Neste mecanismo, não haveria participação ativa do ATP celular? Não existiria, neste processo, uma correlação, pela reações afins, de doação de energias embora em degrau bioquímico diverso, com a mecânica da ectoplasmia?

 Na ectoplasmia, a bioquímica seria mais avançada, e deverá existir uma participação toda especial das camadas profundas do psiquismo do doador, sem que a vontade e o raciocínio da zona superficial ou consciente possam interferir. Isso não quer dizer que a zona do inconsciente ou espiritual do doador ou médium seja a responsável pelo processo ectoplásmico, mas uma zona orientadora dos mecanismos psicológicos e parapsicológicos.

 Só haverá ectoplasmia de um ser humano quando o campo inteligente do agente psi-theta, ou campo espiritual, comandar o processo. O inconsciente ou psiquismo de profundidade do médium dirige o seu próprio metabolismo e quimismo, mas nunca a moldagem externa do objeto. A substancia ectoplasmica, ao definir a morfologia humana, terá que sofrer a influencia orientadora dos vórtices inteligentes do agente modelador que, de acordo com a necessidade e possibilidade, traduziu o processo de modo parcial ou total, a fim de atingir a sua finalidade.

 As variedade de ectoplasmia são inúmeras e com tonalidades especificas. Existem moldagens tão marcantes da parte do doador (médium) que o campo modelador não consegue efetivar com precisão as suas próprias características, mostrando semelhança com o corpo do médium; é como se o médium reforçasse o mecanismo com substancia pré-moldada, isto é, como se o seu corpo astral (matéria orgânica especifica irradiante) fosse projetado na massa ectoplasmica em processamento. Isso tem criado muita celeuma quanto à validade do processo. Aqui não cabe a discussão do problema.

 Além das variedades parciais ou totais, a ectoplasmia poderá ser opaca ou luminosa. Neste ultimo caso, pela iluminação da forma em exposição devido à queima do fósforo, será apreciada com detalhes, pela nossa visão, a aparição. Sabemos que os processos de ectoplasmia, em sua maioria, necessitam da ausência de luz branca para a sua realização; esta como que desorganiza o processo, o que não acontece com a faixa luminosa do vermelho, até recomendado nas câmaras de ectoplasmia.

 Concluindo, a ectoplasmia encontraria no ATP das células umas das substancias especificas paras as próprias moldagens. E estas só seriam possíveis com a presença do campo-organizador-orientador do agente psi-theta ou Campo Espiritual.

Dr. Jorge Andréa
 

Fonte: Revista Espiritismo e Ciência 13, páginas 10-41